22.3.07

Vícios e Virtudes


"Todos chegamos ao mundo ignorando a nós próprios e a tudo o que nos rodeia. Por uma lei fundamental das nossas naturezas, todos nós somos constantemente impulsionados pelo desejo da felicidade e pelo medo da dor. Mas temos necessidade de aprender tudo acerca daquilo que nos pode dar felicidade e preservar da dor. Não há dois entre nós que sejam inteiramente idênticos, quer do ponto de vista físico, que do mental ou emocional; nem, conseqüentemente, em nossas necessidades físicas, mentais ou emocionais, obter felicidade e evitar seu oposto. Então não há ninguém entre nós que possa aprender esta lição indispensável da felicidade e da infelicidade, da virtude e do vício em lugar dos outros. Cada um de nós tem de aprender por si próprio. Para poder aprendê-lo, deve gozar de uma total liberdade de tentar todas as experiências que considere necessárias. Algumas delas são bem-sucedidas e, porque são bem-sucedidas, recebem o nome de virtudes; outras falham e, por isso, recebem o nome de vícios. A sabedoria vem para um homem, tanto dos seus fracassos como de seus triunfos e, tanto dos seus supostos vícios como das suas supostas virtudes. Ambos são necessários à aquisição desse conhecimento - o da sua própria natureza, bem como do mundo que o rodeia e da adaptação ou não-adaptação de um ao outro - o que lhe mostrará como se obtém felicidade e se evita a dor. E, a menos que cada um seja autorizado a tentar suas experiências à vontade, o caminho do conhecimento lhe é vedado, ficando, conseqüentemente, proibido de procurar o grande sentido e a responsabilidade de sua própria vida."

Lysander Spooner (do livro Vícios não são Crime), 1875.

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