9.11.07

NORTESULLESTEOESTE



Leio no Diário de Pernambuco que se inaugura uma exposição na Cultura Inglesa, de Madalena, de 5 a 10 de novembro:
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A NorthSouthEastWest consiste em 24 painéis com imagens captadas por 10 renomados fotógrafos que percorreram o mundo para ilustrar não apenas os impactos da mudança climática, mas também as soluções que estão sendo implementadas para reduzir as emissões de carbono em comunidades do norte, sul, leste e oeste. As fotografias mostram exemplos reais do clima em mutação e como seus efeitos podem ser claramente vistos em muitos países: inclinações na espessura da capa de gelo do ártico, recuos observados nas geleiras, qualidade pobre do ar nas cidades, falta de água e impactos na biodiversidade, etc. Ao mesmo tempo, trazem exemplos inovadores de como as pessoas têm adaptado seus estilos de vida: tecnologias de células combustíveis, sistemas efetivos de transporte público, seqüestro e armazenamento de carbono, compensações às emissões de carbono e comércio de emissões."

Como o tema me interessa, e muito, fomos conferir lá na Madalena o que o inglês tem a dizer. A exposição, que está correndo o mundo desde 2005 e aportou no Brasil este ano, ficou a desejar. A expressão: 'pra inglês ver' faz todo o sentido e não foi criado à toa. Parece que é uma tentativa de mostrar como os ingleses estão preocupados com o futuro do planeta.

Não podemos esquecer que foram esses mesmos senhores, a mesma corte real que deu o início à industrialização, ao imperialismo, ao liberalismo, à formação da maior nação consumista e poluidora do planeta - os eua. O que esses países industrializados precisam é diminuir radicalmente os níveis de consumo, mudar os paradigmas de modo de vida. O impossível ideal: reduzir crescimento. Essas exposições tornam-se insídias e insossas. Vimos que quem pagará a conta no final seremos nós países em desenvolvimento e os pobres da África.

A primeira foto é do Monte de Kilimanjaro, o ponto mais alto da África. É a primeira vez em 11 mil anos que ele fica praticamente sem neve. Isto me impressionou.

Saímos e fomos comer o mais delicioso acarajé de Recife. Crocante e com bastante camarão.


MODAS, PRA QUE TE QUERO ?


Por sorte do destino nasci filha de uma costureira-modelista que imigrara no Brasil para tentar outra sorte: melhorar de vida. Minha mãe teve bons ventos que levaram-na a trabalhar com uma grande modelista da cidade do Rio de Janeiro. Faziam roupas 'haute-couture' para as famílias da 'high-society': Marinho (lê-se Globo), Mayrink, e tantas outras que a sua memória dá-se ao luxo de guardar em algum lugar. Trabalhou com a distinta 'senhoura' por 5 anos, depois casou-se (com meu futuro pai) e largou o emprego em acordo com o marido que queria exclusividade para seus blusões de seda.
Cresci levando alfinetadas ao experimentar as novas criações de Albertina - "fica parada menina!" - frase constante nos ensaios de prova. Talvez fosse mais fácil se ela soubesse brincar de: Estátua! Era uma tarefa quase impossível pra pequena filha.
O que eu gostava mesmo era de ir às lojas de tecidos - praticamente em extinção atualmente - a última que fechou foi a Nuance em Copa - Valha-me Deus! Na época andávamos toda a Tijuca à pé, do Largo da Segunda-Feira à Praça Sãens Peña, em busca do tecido perfeito para o dito modelito. Corria exaustivamente por entre os múltiplos tecidos coloridos e no final ainda havia centenas de texturas para escolher. Diversão total.
Foi assim que adquiri gosto pela moda, por criar minha moda, minhas roupas. Hoje em dia há pessoas que perguntam se sou estilista, às vezes digo que sim, auto-estilista. Foram incontáveis amigas que se admiraram em saber que minhas roupas eram feitas por minha querida mãe e idealizadas por mim.

Por ter essa relação tão íntima e antiga com a sra. Moda posso aqui dizer-lhe que praticar racismo é coisa feia e dá cadeia no Brasil. Ora vejam: os recentes desfiles de moda pelo mundo a fora privilegiam as modelos brancas!!

Quero lhe fazer mais uma observação, sra. Moda: utilizar animais em seus produtos é repugnante!!! Assistam ao vídeo no youtube ...


1.11.07

ARCA DE CAOÉ


Segurem suas crianças! Não dê mole!
Fiquem atentos pois a organização francesa "Arche de Zoé" está pelo mundo 'procurando' crianças sem famílias, orfãs, para levá-las à Europa para adoção. Seria um ato nobre se fosse verdade. As autoridades do Chade, na África, estão investigando o caso depois do relatório da ONU e da Cruz Vermelha apontar que as tais crianças não eram orfãs.
Simplesmente entrevistaram os pequenos que disseram viver com um parente ou adulto responsável.
O mau hábito, de alguns irmãos brancos se acharem superiores aos irmãos negros e por isso fazerem o que querem, persiste. Além disso, nesse caso talvez esteja em jogo valores monetários, dindin tilintando, então estes sucumbem à ganância.