9.11.07

MODAS, PRA QUE TE QUERO ?


Por sorte do destino nasci filha de uma costureira-modelista que imigrara no Brasil para tentar outra sorte: melhorar de vida. Minha mãe teve bons ventos que levaram-na a trabalhar com uma grande modelista da cidade do Rio de Janeiro. Faziam roupas 'haute-couture' para as famílias da 'high-society': Marinho (lê-se Globo), Mayrink, e tantas outras que a sua memória dá-se ao luxo de guardar em algum lugar. Trabalhou com a distinta 'senhoura' por 5 anos, depois casou-se (com meu futuro pai) e largou o emprego em acordo com o marido que queria exclusividade para seus blusões de seda.
Cresci levando alfinetadas ao experimentar as novas criações de Albertina - "fica parada menina!" - frase constante nos ensaios de prova. Talvez fosse mais fácil se ela soubesse brincar de: Estátua! Era uma tarefa quase impossível pra pequena filha.
O que eu gostava mesmo era de ir às lojas de tecidos - praticamente em extinção atualmente - a última que fechou foi a Nuance em Copa - Valha-me Deus! Na época andávamos toda a Tijuca à pé, do Largo da Segunda-Feira à Praça Sãens Peña, em busca do tecido perfeito para o dito modelito. Corria exaustivamente por entre os múltiplos tecidos coloridos e no final ainda havia centenas de texturas para escolher. Diversão total.
Foi assim que adquiri gosto pela moda, por criar minha moda, minhas roupas. Hoje em dia há pessoas que perguntam se sou estilista, às vezes digo que sim, auto-estilista. Foram incontáveis amigas que se admiraram em saber que minhas roupas eram feitas por minha querida mãe e idealizadas por mim.

Por ter essa relação tão íntima e antiga com a sra. Moda posso aqui dizer-lhe que praticar racismo é coisa feia e dá cadeia no Brasil. Ora vejam: os recentes desfiles de moda pelo mundo a fora privilegiam as modelos brancas!!

Quero lhe fazer mais uma observação, sra. Moda: utilizar animais em seus produtos é repugnante!!! Assistam ao vídeo no youtube ...


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